A bandeira da Argentina foi desenhada por um aluno e pintada por outros, o coelho foi pedido para uma criança desenhar enquanto a professora escrevia a palavra chave.
Atividades de alfabetização, como ver o mundo, receitas, vlogs, turismo e a realidade atual.
sexta-feira, 23 de maio de 2014
MODELOS DE CARTAZES QUE FORAM USADOS NESTE ANO - 2014
CADELA
CA DE LA
CA CO CU
DA DE DI DO DU
LA LE LI LO LU
|
|
SAPATO
SA PA
TO
SA SE SI SO SU
PA PE PI PO PU
TA E TI TO TU
|
|
BONECA
BO NE
CA
BA BE BI BO BU
NA NE NI NO NU
CA CO CU
|
|
MENINO
ME NI
NO
MA ME MI MO UM
NA NE NI NO NU
|
COELHO
CO E
LHO
CA CO CU
A E I O U
LHA LHE LHI LHO LHU
|
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ARGENTINA
AR GEN
TI NA
AR ER IR OR UR
GEN GIN
TA TE TI TO TU
NA NE NI NO NU
|
||||
NATUREZA
NA TU
RE ZA
NA NE NI NO NU
TA TE TI TO TU
RA RE RI RO RU
ZA ZE ZI ZO ZU
|
quinta-feira, 22 de maio de 2014
Meu jeito diferente de alfabetizar
Minha maneira
diferente de
alfabetizar:
No início do ano, durante a primeira semana, levo os alunos a
entenderem para que serve cada parte da escola e suas funções. As normas da
sala são elaboradas por eles, e já no terceiro dia faço o primeiro teste
diagnóstico e vou sondando possíveis nomes, como no construtivismo deixo que cada criança construa a sua maneira as palavras, vou construindo tabelas de palavras “chaves” de
interesse e do dia a dia do alunos.
Para cada palavra, tento usar cerca de três padrões silábicos
simples, e usando a técnica de Paulo Freire, fecho em uma semana o estudo de cada
palavra e misturo tudo da seguinte maneira.
Todos os dias após a oração inicial, ida ao banheiro, diálogo
sobre novidades, dinâmicas diferentes de “QUANTOS SOMOS”, o calendário, e
colocado no quadro a programação para o dia.
Daí
vem uma parte do grande segredo: com painel na
parede exposto letras e números em várias grafias, em ordem e misturado estão o
alfabeto, os números, uma sala alfabetizadora,
desenhos e religiosamente todos os dias, já na primeira semana, aponta-se letra
por letra, fala-se o nome, som de cada letra, método fonético, e alguma palavra que inicia com a letra indicada ou termina
com a letra indicada, às vezes aponta-se um numeral, diz-se o nome, como
mostrar com os dedos, maneiras de chegar àquele total. Depois de passar por
esse processo parte-se para algum jogo, geralmente riscado no chão ou sobre a
mesa (tamanho grande).
Isso acontece geralmente no horário antes do lanche, recreio e
por ser longo e cansativo, porém necessário, às vezes vou vestida de moleca,
palhaço, índio, cowboy, deito no chão... dentre outras coisas, para não ficar
muito maçante, outras vezes, ainda, pego as letras do alfabeto de dentro de um
chapéu, saco, caixa ou mala e faço o mesmo processo (nome e som). Nesta
primeira semana após o recreio as atividades são muito voltadas para
lateralidade, desenhos, traçados sem compromisso do nome próprio e dos colegas,
desenhos livres, pinturas...
1º dia da semana de introdução de padrões
Já na segunda
semana, vem a segunda parte de meu segredo de alfabetizar diferente, o primeiro horário se torna rotina, mas aí com mais
rapidez. No horário após o recreio inicio com a primeira palavra chave. Por
exemplo: abacate, libélula, cadela,
boneca, amigo (ou qualquer outra que for captada no
início com as conversas individuais durante o diagnóstico inicial).
Fica
a dica: As crianças fixam mais quando é algo que os chama a atenção, música,
livros animados, filmes, caixa surpresa...
Neste ano, para a primeira palavra levei uma cachorrinha e dei a
ela o nome de Lala, daí trabalhei a palavra
chave CADELA, porque a palavra que a maioria mencionou foi cachorro; no cartaz
lá estava o desenho da cadela, o nome da palavra geradora método
Paulo Freire, CADELA – separada as sílabas CA DE LA
e os padrões silábicos CA- CO-
CU-DA-DE-DI-DO-DU-LA-LE-LI-LO-LU
CADELA CA
DE LA
CA CO CU
DA
DE DI
DO DU
LA
LE LI LO
LU
|
Depois de brincarem com a pobre da cachorrinha, falar sobre o
pelo que lhe cobria o corpo, macia, áspera, cor, dentes, como nascem, quantas
patas, de que se alimentam, comida, água, higiene, semelhança com os outros
animais domésticos e selvagens... e tudo o que puder explorar, vimos o sexo do
animal, descobriram que era uma cadela, disse o nome da mesma – propositalmente
LALA.
Só aí apresentei o cartaz para apreciarem o desenho e “lerem” o
nome CADELA. No chão é desenhada por eles, a canetão ou giz o cachorrinho que
eles têm em casa, os quem não têm o que já tiveram, ou o que gostariam de ter.
A professora, por sua vez, também desenha no chão os nomes:
cadela, Lala e os desenhos do CCCC e do L maiúsculo e minúsculo, com letra manuscrita bem grande, depois de admirar os desenhos dos
mesmos, eles passeiam por cima das letras traçadas sem saber que são letras.
De dever escrito de início é só escrever a palavra cadela Lala e
cobrir o desenho C, L com letra manuscrita, sem saberem que é letra, apenas um
desenho, passam por cima, depois tentam fazer sozinhos sem compromisso de os
desenhos serem ou não igual ao da professora.
2º dia da semana
No dia seguinte ao fazerem a leitura das letras e sons do alfabeto
já se pede ao chegar às letras trabalhadas, não mais palavra que inicia com a
letra e sim qual pedacinho que forma se colocar uma vogal, exemplo letra D,
qual nome D, qual som D, e se colocar o A fica DA, e se colocar o U fica DU,
uma palavra que inicia com DI ( DIEGO), e assim faz só com as letras que já
foram trabalhadas na palavra chave. Cuidado para não tornar cansativo demais.
Parte para o cartaz e leia para os alunos o nome CADALA bem devagar
como se só soubesse os sons das letras para que ao ouvirem percebam que faz
sentido repetir o som de cada letra todo dia, pedir para que circulem os
pedacinhos da palavra CADELA dentro dos padrões, já diz a eles que ali são os
membros da família do C, do D e do L, já cria uma história par ter sentido o
nome família nos padrões; (eu, particularmente sempre digo que a consoante é o ‘papai’
que casou com a ‘mamãe’ vogais e nasceu os filhinhos, DA, DE, DI, DO DU) quando
falo da consoante C, digo que ele casou-se duas vezes no primeiro casamento
teve apenas os filhos CA, CO, CU e que depois eles conhecerão a outra família
do C.
Já parto para a brincadeira de formar musiquinha com as famílias, a
fim de melhor registrarem. Parto para a maneira das letras se apresentarem de
diferentes maneiras, assim como a gente se veste e as vezes fica totalmente
diferente, mas continuamos sendo a mesma pessoa, a fim de que não sentirem
assustados com tantas informações, apresento os tipos de grafias, inclusive as
letrinhas de mão... Peço para riscarem as maneiras de se apresentarem
aleatoriamente em folha de papel sem exigir nada; conta quantas letras cada um
consegue escrever, copiar e registro no quadro ou na folha daqueles que mais
tiverem dificuldade, ou que fizerem questão de mostrar, mais não deixando de
dar atenção a todos. Com o tempo isso se torna tão normal para eles que eles
mesmos já traçam e contam.
3º dia da semana
No terceiro dia após leitura das letras, sons, palavras que
iniciam com uma letra ou outra, sílabas que formam com as letras que já
estudaram, passam a formar palavrinhas usando as famílias já estudadas,
conta-se quantas palavras já formaram, faz-se a lista e coloca na parede, lista
enumerando cada palavras para irem visualizando os desenhos dos números (eu
particularmente coloco em um tripé que tenho em minha sala e passa a fazer
parte da leitura de parede do dia a dia).
5º dia da semana
No quinto dia após fazerem leitura de letra nome, som, palavra
com letra inicial ou final, com sílaba (estudadas) no início ou no final da
palavra e ler a lista de palavras, parte-se para exercícios rodados, sem
esquecer que no rodapé de cada tarefa, coloca-se uma letra com traçado
manuscrito, independente que seja do padrão estudado ou não, usando sempre
maiúsculo e minúsculo para as crianças irem se familiarizando com o traçado das
letras, menos de um mês você já pode cobrar letra manuscrita para escrever o
nome próprio e outras palavras simples.
Avaliar cobrando sutilmente as sílabas através de fichas
relâmpagos, de bingos, de preguicinha, de pequenos ditados do menino travesso,
jogos e no meio dessas sílabas coloque palavras monossílabas, até dissílabas
dentro dos padrões já trabalhados, levando em conta a escrita do ponto de vista
do aluno, respeitando a evolução de cada criança. Emilia
Ferreiro
1º dia da semana seguinte
Na segunda semana já explora a segunda palavra chave também da
escolha dos alunos, e segue os mesmos passos da rotina da semana anterior com
os seguintes cuidados:
Palavra do meio deles,
Palavra trissílaba com padrões simples,
Usar algo interessante para chamar a atenção,
Evitar repetir logo de cara sílabas da primeira palavra,
Formar palavras usando também as sílabas já conhecidas,
Ao ler as letras, ler também os sons (sem nunca os deixar de
lado),
Ler os padrões sempre que chegar à letra já estudada,
Indicar sempre palavras que inicia com as letras ainda não
trabalhadas,
Palavra que inicie com as sílabas já trabalhadas, dia com uma
sílaba e no outro dia pega outra para não cansar demais,
Ler as palavras da lista todos os dias até dominarem,
Ao fazerem as tarefas da sexta-feira, na terceira semana já pode
fazer pequenos ditados com três ou cinco palavras.
Na terceira semana já começar a fazer pequenas frases e
registrar em cartazes que farão parte das leituras diárias. No inicio da aula
após o recreio, os acalmo com uma parte de história de um livro que leio aos
poucos, levo semanas para LER até o final.
Importante:
Iniciando este trabalho desta maneira, quando der início aos Projetos de
Reagrupamento, recreação, informática, educação física o número de alunos PS
serão bem pequeno e logo sairão desta lista.
Neste
ano de 2014 em minha sala tinham 27 alunos matriculados, destes somente 6
ficaram para a segunda etapa de alfabetização e somente 1 não conseguiu captar
a mensagem e na segunda etapa passo a introduzir palavras com 1 sílaba complexa
e 2 simples, da mesma maneira e muitos jogos. Iniciei com a palavra COELHO, dei
como dever de casa fazerem uma orelha de coelho e em sala eu coloquei uma
máscara de coelho e todos colocaram suas orelhinhas.
Obs.: Se tiverem dúvida, poste sua
dúvida que terei o maior prazer em saná-la.
Esta foi uma técnica que desenvolvi durante os últimos anos e
que falo sem medo para os pais na primeira reunião:
“Se seu filho não faltar a nenhuma aula e tiver a ajuda da família
no auxílio das tarefas de casa, estarão lendo e compreendendo o que leu em 2
meses sem tirar nem por”.
Daí as mães agoniadas me perguntam;
_E se meu filho não faltar, tiver sempre ajuda em casa e não
conseguir ler em dois meses, o que pode estar acontecendo?
Daí já é outra história...
vou repassar com o tempo.
Acácia Crispim Moura
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